SÃO
PAULO – Comprar um imóvel na cidade de São Paulo ficou, em média, 92% mais caro
desde o início de 2008. Isso quer dizer que aqueles que compraram um
apartamento por R$ 100 mil há três anos, hoje conseguem vendê-lo por algo em
torno de R$ 190 mil. Só nos últimos 12 meses, a valorização chega a quase 30%,
tanto em São Paulo quanto nas outras capitais do país, de acordo com o índice
Fipe Zap.
Apesar
da forte alta verificada nos últimos anos, os preços devem continuar em
ascensão por mais algum tempo, na avaliação do diretor executivo da Consul
Patrimonial, Marcus Vinicius de Oliveira. Segundo ele, até 2017, a valorização
deve ser impulsionada pela possibilidade de crescimento da economia e pelos
investimentos que o país receberá.
Entretanto,
a partir desta data, o Brasil não terá mais a expectativa de grandes
investimentos produtivos - tanto internos quanto externos.
“A
margem psicológica de crescimento em função do pré-sal, da Copa do Mundo e da
Olimpíada já terá passado”, afirma Oliveira.
Além
disso, ele aponta que o deficit habitacional terá sido reduzido
significativamente daqui a seis anos.
“A
classe baixa e classe média em ascensão já terão adquirido muitos imóveis”,
diz. “A oferta, neste momento, já poderá estar um pouco acima da demanda por
imóveis” continua.
Efeito
das Olimpíadas
De
acordo com Oliveira, historicamente, locais que sediam Olimpíada tendem a viver
após dois anos uma pequena crise no setor - com mais oferta e menos demanda.
“A
China neste momento já vive uma desvalorização imobiliária e o Brasil avança
para atingir um pico antes da queda dos preços”, acredita. “Mas isso não
significa que o mercado imobiliário não continuará se desenvolvendo. A
valorização por metro quadrado é que terminará e o valor se estabilizará por um
novo período. Novos ciclos ocorrerão em seguida”, continua.
Depende das regiões
Para
o coordenador do MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil e
professor do FGV Management, Pedro Seixas Corrêa, já é possível notar uma certa
estabilização nos preços dos imóveis, que avançaram de forma rápida nos últimos
anos. Mas isso também depende do tipo de imóvel e da região onde ele se
encontra.
“Em
alguns mercados, por conta do desequilíbrio entre a oferta e a demanda, os
preços ainda podem valorizar por mais um tempo, pode ser que até 2017 mesmo”,
aponta o professor.
Ele
cita como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Olímpicos de
2016, além de jogos da Copa do Mundo de 2014, e que possui boas perspectivas de
investimentos e crescimento por conta do pré-sal.
Entretanto,
em outros locais, já é possível notar uma manutenção dos preços ou até mesmo
sinais de arrefecimento. “Há regiões que ainda apresentarão alta, mas já há uma
certa estabilização geral”, diz Correia.
Segundo
ele, os imóveis comerciais é que devem apresentar uma melhor alternativa de
investimento. “Isso porque ainda existe uma demanda não atendida por estes
imóveis que deve continuar nos próximos anos”, diz.
Alternativas de investimentos em imóveis
O
diretor executivo da Consul Patrimonial ressalta que, para aqueles que querem
investir em imóveis, existem alternativas além da compra direta do bem. Um
exemplo são os fundos de investimentos imobiliários.
“Esta
é a melhor opção para quem quer aproveitar o 'boom' do mercado e não quer ter o
trabalho de procurar um imóvel, negociá-lo, acertar as questões contratuais e
ainda ter problemas com inquilinos”, afirma. “Basicamente, um fundo deste tipo
é a divisão do empreendimento em cotas e cada pessoa pode comprar uma ou mais”,
explica.
Além
disso, ele ressalta a segurança deste tipo de investimento. “Pela norma da CVM
(Comissão de Valores Imobiliários), somente uma instituição financeira pode
fazer esta administração, o que reduz consideravelmente qualquer risco de golpe
ou calote”, diz o especialista.
Entre
as principais vantagens deste tipo de fundo, está a ausência de tributação para
os rendimentos obtidos com o aluguel do imóvel e a possibilidade de
diversificação do portfólio imobiliário com poucos recursos. A compra e venda
das cotas é feita por meio da corretora de valores. Por isso, é preciso ter
cadastro em uma para conseguir fazer estas transações.