Rio de Janeiro – O Brasil
está em quarto lugar entre 120 países com maior número de empreendimentos que
podem receber o Selo Verde, nome pelo qual é conhecido o Leadership in Energy
and Environmental Design (Leed), um protocolo de avaliação e certificação
internacional de edifícios ecologicamente sustentáveis. Mesmo assim, apenas 1%
do que é construído no país se encaixa no conceito de sustentabilidade ambiental.
De acordo com o gerente de
Relações Institucionais e Governamentais da Green Building Council (GBC)
Brasil, Felipe Faria, o país está à frente de nações como Canadá e Índia em
número de certificados verdes e a demanda de mercado por construções sustentáveis
não para de crescer. Mas os desafios nessa área ainda são grandes, segundo
Fábio, sobretudo devido ao preconceito e à falta de informação.
“Os custos operacionais da
edificação são baixos e, para os governos, é muito mais fácil investir em eficiência
energética do que em aumento de produção de energia. Muitos ainda acham que os
custos são maiores, mas, em muitos casos, sai mais barato investir em projetos
verdes. Investir em eficiência energética e uso racional de água vale muito a
pena”.
O executivo da GBC Brasil
participou hoje (12) do 13º Encontro de Energia do Rio de Janeiro (Enerj) e
falou sobre as vantagens de investir em edifícios verdes e a situação do Brasil
nesse setor. Ele destacou o avanço das indústrias de materiais de construção, que
estão investindo muito e rapidamente em produtos de baixo impacto ambiental.
“São produtos que não existiam há cinco ou seis anos, como tintas e vernizes
com baixos compostos orgânicos voláteis, ligas de alumínio com 80% de
reciclagem, enfim, produtos que hoje são padrão. Hoje não falta tecnologia, o
importante é ter bons projetos”.
No Rio de Janeiro, o
aumento do número de empreendimentos com eficiência energética e baixo impacto
ambiental está associado a incentivos fiscais e leis municipais. De acordo com
o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio
de Janeiro, Jorge Luiz Arraes, até o momento, mais de 160 mil metros quadrados
(m²) de projetos ambientalmente sustentáveis já foram aprovados na região
portuária, que passa por um processo de revitalização para a Copa do Mundo de
2014 e Olimpíada de 2016.
“São entre 13 e 15 prédios
que estão seguindo todas as regras urbanísticas e ambientais da prefeitura. A
legislação obriga que novos empreendimentos na área portuária obedeçam a
parâmetros específicos como economia de consumo de água e reaproveitamento da
água da chuva, uso de aquecimento solar, acesso facilitado para bicicletas,
materiais com certificação ambiental, entre outros”.
Os empreendimentos fazem
parte do projeto Porto Maravilha, da prefeitura, que abrange 5 milhões de m² de
uma das áreas mais degradadas do centro da cidade, que é a zona portuária. Além
de diversas intervenções sociais e ambientais, o projeto prevê o plantio de 15
mil árvores e a ampliação da área verde, que hoje ocupa apenas 2,5% da região,
para 10%.
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