Levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido da associação aponta que gastos com energia ocupam 11,4% dos custos operacionais do setor. Para segmentos com uso mais intensivo de energia, esse custo pode chegar a 35,5%, como é o caso da indústria de cimento e cal, ou 30,7%, como a de produtos cerâmicos.
Quando a indústria não opera com elevado uso de capital ou energia, é o gasto com encargos trabalhistas o maior entrave para a competitividade. Despesas com tributos voltados para mão de obra representam 20,3% dos custos operacionais.
"Estamos trabalhando com o governo uma forma de reduzir o peso da carga tributária nos materiais de construção para elevar a competitividade do setor, visto que estamos num cenário de fortes demandas a caminho, como o Minha Casa Minha Vida 2, Copa 2014, Olimpíadas 2016", afirma Fox.
Ele disse que a Abramat vem discutindo com o governo a possibilidade de tornar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que vencerá em dezembro deste ano, numa desoneração permanente.
"Esperamos que isso seja anunciado no final deste ano, ainda", destaca.
Além disso, a associação tem participado das discussões em torno da redução de encargos trabalhistas e de impostos de energia. "Não esperamos avançar nessas discussões sem a contrapartida da compensação. Claro que o governo não abrirá mão da arrecadação, então estamos estudando a melhor forma disso acontecer", analisa.
Segundo o professor da FGV e coordenador da pesquisa, Fernando Garcia, uma redução nos encargos trabalhistas resultaria na compensação de 13% dos custos da indústria.
"Esse valor poderia ultrapassar 25% quando levamos em consideração novos investimentos, ganho de escala e outras medidas que o setor tomaria em detrimento da redução dos custos operacionais", estima.
O câmbio, um dos principais fatores de perda de competitividade do setor, tende a se manter desvalorizado pelos próximos anos, o que exige um esforço maior da indústria.
"Não devemos esperar grandes desvalorizações do real, ainda mais no atual ciclo de ingresso de investimentos estrangeiros por conta de todos os eventos que vamos receber", afirma Garcia.
"Isso é um fator positivo, ninguém quer que o país deixe de crescer. Mas vai demandar um empenho maior da indústria nacional, que hoje está mais acostumada a privilegiar o mercado doméstico, fortemente aquecido", complementa.
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