terça-feira, março 13, 2012

Casa nova é bom, mas mudar está cada vez mais caro

Fonte: Chrystiane Silva (chsilva@brasileconomico.com.br)

E não é só o valor dos imóveis que está em alta. O gasto com mudanças também vem subindo. Em fevereiro, segundo o IBGE, o aumento médio foi de 4,93%, chegando a 34,9% em 12 meses.

A inflação caiu e ficou em 0,45% em fevereiro, mas o índice poderia ter ficado ainda menor se os preços dos serviços também tivessem caído. Não foi o que aconteceu.

Os gastos com cursos regulares subiram 6,93% no mês passado, o que é natural no período em que começam as aulas. A surpresa foi o aumento das despesas com os serviços de mudança, que subiram em média 4,93%no mês e refletem o bom momento do setor imobiliário.

O sonho da casa própria está mais perto para muita gente. Neste ano, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) estima um crescimento de 30% nos financiamentos imobiliários. No ano passado, foram emprestados R$ 79,9 bilhões, recorde histórico.

A gerente-comercial Vanda Rodrigues, que no ano passado mudou de apartamento, sentiu na pele a elevação dos custos de mudança.

"Os valores estão realmente muito altos. Paguei quase R$ 2 mil para a transportadora fazer minha mudança. Isso porque eu mesma embalei tudo, senão ficaria cerca de 20% mais caro", conta ela, que se mudou do Tatuapé para a Mooca - bairros da zona leste da cidade de São Paulo.

Em 12 meses, até fevereiro, as mudanças ficaram em média 34,9% mais caras.

Outros serviços também subiram como os gastos com motel, que aumentaram 3,16%; as despesas com clubes, que subiram 3,09%. Já os gastos com aluguel de veículos tiveram alta de 2,66% e quem tem empregada doméstica mensal ou diarista sabe bem que elas estão cobrando cada vez mais caro.

Só em fevereiro, o aumento foi de 1,78%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostraram que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 1,01% ao ano e já chega a 5,85% nos últimos 12 meses.

Por enquanto, não há sinais de que os preços dos serviços possam ser reduzidos.

Ao contrário dos bens comercializáveis como carros, roupas e alimentos, que podem ser substituídos por produtos importados ou trocados de acordo com a safra, os serviços só são oferecidos e consumidos no país. "O Brasil está ficando caro antes de ficar rico", diz Júlio Gomes de Almeida, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Não é apenas o consumidor que sofre com a alta dos preços do setor, a indústria também, já que precisa contratar serviços de logística, construção, instalação elétrica e manutenção, por exemplo.

Diante do fraco desempenho da produção industrial no começo deste ano, que teve queda de 2,1% em janeiro, os empresários vão ficar de olho na divulgação dos próximos índices de inflação. A expectativa é que ele encerre o ano em 4,5%.

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