Fonte: O Estado de S. Paulo
Com menos espaço nas unidades, a opção de tornar coletivas áreas como lavanderias e home offices tem crescido entre empreendimentos compactos e cheios de serviços adicionais. Mas levar essas instalações para as áreas comuns dos condomínios também exige organização. Sem isso, a solução poderia se tornar um problema de convivência para os moradores.
"Quando concebemos um empreendimento, a administradora acompanha como os espaços podem ser usados", conta a gerente de marketing e produto da construtora Lúcio Engenharia, Maristela Sordi. A empresa deve lançar até o fim do mês o NKSP Paulista, edifício na Bela Vista com sala de reuniões e lavanderia coletivas.
Entregue o imóvel, as administradoras também têm participação decisiva na criação do regulamento interno dos empreendimentos: "E as regras de uso são aprovadas por assembleia", diz o vice-presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), Fábio Kurbhi.
Cada caso. A utilização das lavanderias, em regra prevista nas convenções condominiais, pode ocorrer de diversas formas. "Pode-se contratar profissionais para operar as máquinas ou fazer a opção pela compra de fichas", explica a gerente geral de atendimento da administradora Itambé, Vânia Dal Maso.
No condomínio onde Agnaldo Santim, de 45 anos, é gestor, metade das 33 unidades usufruem das máquinas, e a prioridade de uso é por ordem de chegada.
"Há um consenso. Como temos as mesmas empregadas trabalhando há um bom tempo, não há problemas. Quando uma nova chega, explicamos como as coisas funcionam", conta.
Menos numerosos nos edifícios, os home offices têm mais controle: "O espaço precisa ser reservado, e alguns condomínios optam pela cobrança de taxas", diz Vânia.
Os concierges organizam as escalas de uso em muitos empreendimentos, embora essa não seja uma regra.
Aprovação. Considerada indesejável para alguns públicos, a supressão de espaços nos apartamentos não incomoda os proprietários de compactos, de acordo com a gerente geral de condomínios da administradora Hubert, Carmen Wallerstei.
"O perfil do comprador desses imóveis é single e não precisa de espaços como esses (dentro das unidades)." Segundo ela, a escolha de compra do público leva em conta as facilidades previstas nos empreendimentos.
Apesar do grau de satisfação, a manutenção dos equipamentos em instalações coletivas às vezes torna-se um fator de discórdia. "Mesmo quem não usa tem que pagar pelo conserto de uma máquina quando ela quebra. Isso às vezes gera reclamações", conta Carmen.
Assim como ocorre com salões de festas, as novas dependências comuns ficam no memorial descritivo do condomínio, obrigando todos a pagar por elas independentemente do uso.
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