As unidades domésticas com
apenas um morador aumentaram de 8,6% para 12,1% na última década. Fenômeno
característico dos grandes centros urbanos, ele tem sido observado com mais
frequência em estados com índices mais altos de envelhecimento da população:
Rio de Janeiro -- onde esse tipo de unidade doméstica passou de 11,2% para
15,6% no mesmo período -- e Rio Grande do Sul, que subiu de 10,9% para 15,2%.
De acordo com dados dos
Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgado nesta
quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
vários motivos explicam esse aumento. Entre eles, a elevação da expectativa de
vida -- que leva muitos idosos a morarem sozinhos, uma vez que não dividem mais
suas casas com parentes --, a verticalização das cidades e a diminuição do
tamanho das residências e ainda o aumento das separações conjugais.
Segundo o levantamento,
entre as capitais, Porto Alegre (RS) lidera o ranking de pessoas que moram
sozinhas, respondendo por 21,6% das unidades domésticas unipessoais.
A gerente de Coordenação
de População e Indicadores Sociais, Ana Lucia Sabóia, enfatizou que essa média
se aproxima do patamar de cidades europeias. "Isso já é um percentual
comparável ao de Barcelona e Lisboa, que são locais onde a proporção de
unidades domiciliares unipessoais é bastante elevada", disse.
No outro extremo, aparecem
os estados do Amazonas e do Maranhão, que mesmo com aumento na última década,
ainda detêm os menores percentuais de pessoas que vivem sozinhas. No primeiro
estado, a proporção de unidades domésticas unipessoais passou de 5,3% para 8%
entre 2000 e 2010, no segundo, de 5,3% para 8,1%.
Além disso, sete em cada
dez unidades domésticas no país têm apenas um responsável pelo domicílio.
"Entre os municípios das capitais, Florianópolis tem a taxa mais baixa,
com 59,9% das unidades com apenas um responsável, ou seja, lá a
responsabilidade compartilhada é mais frequente do que nas demais capitais. Já
em Salvador, por exemplo, 71,1% são desse tipo, o que indica que lá a noção de
responsabilidade [pelo domicílio] está mais concentrada em uma só pessoa",
disse.
Ana Lucia Sabóia
acrescentou que o levantamento mostra que existe uma tendência de que em
domicílios ocupados por apenas dois indivíduos, a responsabilidade seja
atribuída, com mais frequência, a ambos moradores.
Nesses casos, a
responsabilidade compartilhada foi observada em 63,4% dos domicílios; em
unidades em que também vivem outras pessoas, como filhos e outros parentes, a
responsabilidade atribuída a mais de uma pessoa cai para 36,6%. (Matéria da
Agência Brasil)
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