A edição 2010 da Campinas Decor será aberta nesta sexta-feira, 30 de abril, comemorando uma marca histórica: os 15 anos da principal e mais tradicional mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do interior paulista. Tendo como cenário os prédios históricos e o famoso jardim botânico do IAC (Instituto Agronômico de Campinas). O evento conciliará o novo e o antigo, ao recuperar um importante patrimônio histórico e, ao mesmo tempo, exibir o que há de mais moderno no setor.
Com investimentos de R$ 8 milhões, divididos entre organização, expositores, patrocinadores e fornecedores, a Campinas Decor 2010 acontecerá até 13 de junho. A expectativa é receber um público de 34 mil pessoas, com um crescimento de cerca de 5% em relação à edição de 2009, quando foi registrado o recorde histórico de 32,3 mil visitantes.
Quem for à edição 2010 da Campinas Decor poderá desfrutar de um passeio por 10 mil metros quadrados de natureza e história. Composta pela Antiga Casa do Diretor do IAC, tombada pelo Patrimônio Histórico, pelo Prédio da Fisiologia, por três estufas (uma tombada pelo patrimônio histórico) e pelo jardim botânico do instituto, conhecido nacionalmente por suas espécies raras originárias das mais diversas partes do mundo, a mostra se divide entre 2 mil quadrados de área construída e 8 mil metros de paisagismo. No total, são 68 ambientes internos e externos, preparados por 106 dos mais renomados profissionais das cidades de Campinas, Americana, Engenheiro Coelho, Jundiaí. Mogi Mirim, Paulínia, Salto, Sumaré e Valinhos.
Desde fevereiro deste ano, quando foram iniciadas as obras de preparação da mostra, a organização e os expositores promoveram uma reforma completa na Antiga Casa do Diretor e nas estufas, com obras de revisão elétrica, hidráulica, de telhados e calhas, madeiramento de portas e janelas. Foi realizado ainda o restauro da fachada da Casa do Diretor, que, retornou à cor original, após um amplo trabalho de pesquisa, e da estufa principal, que abrigará o restaurante, cuja estrutura metálica veio da França (leia mais sobre ambos os trabalhos no descritivo sobre os ambientes).
O Prédio da Fisiologia também foi inteiramente reformado para atender às necessidades dos pesquisadores do instituto. Portas, janelas, vidros e esquadrias foram trocados e revestimentos foram revitalizados. Foi feita ainda a reforma dos sanitários e copa, limpeza das áreas de jardins e plantio de grama. Todo o trabalho foi acompanhado de perto por uma comissão do IAC e por integrantes do Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas).
Além dos arquitetos, decoradores e paisagistas que participam do evento como expositores, o trabalho envolveu um verdadeiro exército de profissionais, como pedreiros, pintores, marceneiros, eletricistas, entre outros. Em horários de pico, o cenário de uma Campinas Decor chegou a concentrar cerca de 500 pessoas trabalhando ao mesmo tempo. No total, a mostra gerou 1.400 empregos durante a fase de preparação e outros 100 durante seu funcionamento.
Esta é a terceira vez que a Campinas Decor acontece em um imóvel tombado pelo patrimônio histórico e a quarta em que um prédio público recebe benfeitorias. A parceria para a recuperação das instalações do IAC em duas edições consecutivas (2009 e 2010) foi firmada logo após a experiência positiva registrada em 2008 na Estação Guanabara.
Além de restaurar a fachada do prédio principal da estação, a organização da mostra e os arquitetos, decoradores e paisagistas participantes revitalizaram o imóvel. A intervenção da iniciativa privada permitiu à Unicamp, comodatária da estação, instalar no local um centro cultural e social, que está em funcionamento. A primeira experiência dessa natureza ocorreu em 2003, no casarão do Lago do Café, devolvido ao município com seus espaços recuperados.
“Essas experiências são ainda mais gratificantes, pois além da mostra em si, conseguimos revitalizar patrimônios públicos e históricos para benefício da comunidade. Enxergamos essa parceria como um grande reconhecimento ao trabalho realizado durante esses 15 anos”, ressaltam as organizadoras Stella Pastana Tozo e Sueli Cardoso.
No ano passado, a organização e os expositores recuperaram o edifício Franz W. Dafert, do IAC, que foi devolvido em perfeitas condições para abrigar os cursos de pós-graduação do instituto. Também foram feitas reformas em uma estufa e em diversas pequenas casas que são utilizadas como suporte aos centros de pesquisa do instituto.
Retorno a uma residência
Uma das características da Campinas Decor 2010 é o retorno do evento a uma casa. Nos dois anos anteriores, a mostra foi realizada em grandes prédios, no próprio IAC, e na Estação Guanabara. “O fato de o imóvel principal desta edição ser uma casa, que realmente foi ocupada por várias famílias, é bastante interessante, pois conseguimos nos aproximar mais do que o público gosta de ver. As pessoas que visitam a Campinas Decor gostam de se imaginar morando na residência que abriga a mostra”, explica a empresária Sueli Cardoso, uma das organizadoras.
Seguindo a linha de criar uma história fictícia para balizar o trabalho dos expositores, desta vez o enredo foi todo desenhado pensando na família de um diretor do instituto, reproduzindo o que aconteceu durante décadas na casa que agora abrigará a mostra.
A casa serviu como moradia de diretores do instituto e suas famílias a partir de 1923, por cerca de 40 anos. Quando deixou de ser costume o diretor morar dentro do IAC, o prédio ganhou outras funções, tendo sido utilizado como creche para os filhos dos funcionários e também como sede para o serviço de assistência médica dos servidores. O imóvel estava desocupado havia cerca de três anos e, no ano passado, abrigou temporariamente os cursos de pós-graduação, que saíram do prédio Franz W. Dafert para a realização da Campinas Decor 2009.
A temática dos 15 anos também é motivo de inspiração. “Para marcar os 15 anos de Campinas Decor, teremos o quarto e o banheiro da debutante”, afirma a organizadora Stella Pastana Tozo.
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